quarta-feira, 28 de setembro de 2016

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

terça-feira, 19 de julho de 2016

Jornal Visual 24/04/2012





A LEI DE LIBRAS - Estabelece os DIREITOS de cada Sujeito Surdo nào

por ser SURDO mas por ser CIDADÃO ... Aprender para Educar ...

D-24 - Estudantes Surdos e Bilinguismo no Ensino Regular





A OPORTUNIDADE DA ESCOLA BILINGUE ... éum DIREITO DE TODOS ...

Estudar para ENTENDER ...

**aee para alunos com surdez**



QUANDO COLOCAMOS A NECESSIDADE DE DISCUTIR... REFLETIR...

REPENSAR NOSSA POSTURA EM RELAÇÃO A Educação do Sujeito Surdo .

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Alfabeto em LIBRAS



TREINAR SEMPRE ... o exercício ... é um passo dos Bons Resultados

Black

Black .... O filme ....

A s inúmeras POSSIBILIDADES é o que os torna POSSÍVEL ...

Helen Keller e o Milagre de Anne Sullivan (The Miracle Worker - 2000) - ...



ÁS vezes acreditamos que o PROBLEMA é a Dificuldade de Aprendizado...

Na verdade é o que ACREDITAMOS que é possível e o que não é ... 

Todos NÓS somos C A P A Z E S ... depende de como nos abrimos a cada POSSIBILIDADE ...    

terça-feira, 28 de junho de 2016

Ensino de LIBRAS para Surdo



FORUM DE DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ...

Aprender para Ensinar ... ENSINAR para fazer a DIFERENÇA

sábado, 25 de junho de 2016

Inclusión y Amistad



Podemos INCLUIR  e EXCLUIR ... depende de cada um de NÓS como e quando isso acontece ...

Uma das formas de ACEITAR é se colocando no lugar do outro ... 

Entender para ACEITAR ... e aceitar para INCLUIR ...

terça-feira, 24 de maio de 2016

Filme: Seu nome é Jonas.wmv.wmv Quando pensamos como o outro ... ainda assim não sabemos o que é estar no LUGAR do OUTRO ...


Quando pensamos como o outro... ainda assim não estamos no lugar do outro...
Buscar conhecer e se ENVOLVER com o Universo da Surdez ... nos aproxima
 do SURDO e contextualiza o que para nós é irrelevante ... incoerente ...
Saber para conhecer ... evoluir para não EXCLUIR ... Lúcia Santos.

quinta-feira, 5 de maio de 2016


Cada vez que buscamos a compreensão do que nos é desconhecido mas, necessário... temos a OPORTUNIDADE de M E L H O R A R ...
Libras e as Intervenções Psicopedagógicas no processo de Aprendizagem do aluno surdo.











Resumo
O presente trabalho dialoga sobre as características da criança surda, como ocorre o seu processo neurológico, a importância da linguagem de sinais (Libras) e o papel do Psicopedagogo no processo ensino-aprendizagem do indivíduo surdo. Por meio desta pesquisa bibliográfica foi constatado que a relação do Psicopedagogo e o uso da linguagem de sinais são extremamente imprescindíveis, pois ambos auxiliam na orientação, na construção do conhecimento e no desenvolvimento integral e social e consequentemente possibilitando uma educação de qualidade e a preservação da cultura do indivíduo surdo, promovendo a esse educando o direito a igualdade como cidadãos participantes de uma sociedade justa e igualitária.
Palavras chave : Aprendizagem. Surdo. Psicopedagogia.




Introdução
Esta pesquisa foi realizada com o desejo de levar os leitores a uma reflexão sobre a dificuldade de aprendizagem do surdo no Brasil, sendo ele criança, adolescente ou adulto, por não dispor de uma educação voltada para as suas necessidades especiais.
Diante do desejo de pensar no tema da pesquisa que resultou nesses escritos, manifestei a necessidade de aperfeiçoar os meus conhecimentos nesta área por ter passado por uma experiência como professora de um aluno com deficiência auditiva completa o qual não pude contribuir muito para a sua aprendizagem, por não estar preparada para tal situação. Inconformada fui em busca de um curso de Libras para melhorar a minha comunicação com ele e auxiliá-lo durante as aulas de forma que ele se sentisse incluso.
Criar uma educação inclusiva significa pensar em uma escola que abranja a todos, envolvendo transformações no trabalho, na saúde, na assistência social e principalmente na qualidade de ensino considerando as particularidades de cada um (SOARES, 2013).
A partir do século XVI, começa-se a admitir que pessoas surdas poderiam aprender por meio de procedimentos pedagógicos pois, alguns profissionais pedagogos se dispuseram a trabalhar com os surdos na intenção de desenvolver seus pensamentos, adquirir conhecimentos e se comunicar, sendo necessário ensiná-los a falar ou utilizar gestos (BLUMER e BRUNN, 2011).
Para Bifi, Carmo, Carmo e Miranda (2011), enquanto alunos, esses cidadãos tem o direito a usufruir de oportunidades semelhantes ás dos alunos sem deficiência, devendo fazer o uso de recursos que lhes permitam usufruir dos benefícios colocados à disposição da comunidade em geral.
Pires e Oliveira (2011), defendem que devido ao contexto bicultural em que as pessoas surdas estão inseridas, as conseqüências da surdez não se resume exclusivamente na limitação sensorial, mas também como uma questão social, faz-se necessário incluí-las e buscar preparação por meio da educação continuada e que a escola se organize e assegure as condições adequadas.
A grande diversidade existente entre os sujeitos portadores de deficiência auditiva não permite determinar uma única proposta educacional, cada um possui um grau de capacidade de utilização da audição e diferentes níveis de desenvolvimento da linguagem oral. A escola, juntamente com os seus profissionais irão possibilitar uma educação para esses deficientes com o objetivo de promover o bem estar e a formação total, viabilizando o desenvolvimento de suas potencialidades (ARAÚJO, ALMEIDA, CAMPOS, e SOUZA, 2010).
O presente estudo buscou avaliar as características da criança surda buscando entender os níveis de surdez de cada indivíduo, suas reações e frustrações, como ocorre o processo de aprendizagem neurológico desse indivíduo, a importância da linguagem de sinais no processo de aprendizagem da criança surda e finalmente qual o papel do Psicopedagogo no processo de aprendizagem agindo como um intermediador e facilitador deste processo.
As características da criança surda
Segundo o IBGE-2010, no Brasil existem cerca de 9,7 milhões de brasileiros com alguma deficiência auditiva, ou seja, 5,1% da população brasileira. 1,7 milhões possuem grande dificuldade de audição e 344,2 mil são completamente surdos e se concentram na sua maioria em centros urbanos (CHIAHYA, 2012). Segundo o dicionário Aurélio (1985) surdo é quem não ouve, ou ouve mal. Para Nunes (2011), o surdo mantém diferença do ouvinte porque ele deve desenvolver habilidades psicoculturais particulares, enquanto o ouvinte utiliza o canal de percepção auditiva com interações verbais e escritas com base fonológica, o surdo tem a sua língua diferenciada viso-espacial, ou seja, a língua de sinais onde ela apresenta estruturas gramaticais próprias é composta por diversos níveis lingüísticos: morfológico, sintático, semântico, pragmático, entre outros.
Lopes (2010) afirma que o que dificulta a leitura e escrita dos alunos surdos não é a sua surdez em si, mas sim o atraso lingüístico em virtude da demora da aquisição da sua primeira língua e de metodologias direcionadas pela oralidade.
Muito se tem discutido a respeito da surdez, seria deficiência ou não? Bisol e Sperb (2010), definem como deficiente todo aquele que possui falha, desvio, falta ou imperfeição na audição. Estudos mostram que a criança surda não possui os meios naturais de comunicação, isto impossibilita a socialização e faz com que apresentem dificuldades comportamentais no seu desenvolvimento. Alguns pesquisadores chegam a considerar que os bebês surdos seriam mais quietos e um pouco mais passivos que os bebês ouvintes, afetando assim a capacidade de entender o que as outras pessoas pensam e sentem.
Goldfeld (2002) afirma que uma criança passa por duas etapas de desenvolvimento: o nível interpsíquico, ou seja, ela internaliza e depois passa pelo nível intrapsíquico que seria expor o que aprendeu. Isto mostra a dificuldade da criança surda, pois se a linguagem e o diálogo são fatores essenciais para o desenvolvimento infantil e sendo esta área afetada no surdo, mostra-se que as conseqüências da surdez devem ultrapassar a dificuldade comunicativa e atingir todas as áreas do desenvolvimento da criança.
Para Moreira (2008), surdez nada mais é que a perda maior ou menor da percepção normal dos sons. A audição é medida e descrita em decibéis (dB), mede a intensidade do som. O normal da audição é representada por zero decibéis e a perda auditiva de até vinte e cinco decibéis não é uma deficiência significativa. Um indivíduo com surdez pode ser considerado pela área da saúde e da educação, parcialmente surdo ou surdo. O indivíduo parcialmente surdo ou com deficiência auditiva são pessoas com surdez leve e moderada, a leve apresenta uma perda auditiva entre vinte e sete e quarenta decibéis não percebem os sons distantes e os fonemas das palavras, porém não impede a compreensão normal da língua oral. A surdez moderada apresenta perda auditiva entre quarenta e um e setenta decibéis, provocando atraso de linguagem e alterações articulatórias. Um indivíduo é considerado surdo quando apresenta surdez severa e profunda, ela é caracterizada pela perda auditiva entre setenta e um e noventa e um decibéis, onde o indivíduo só consegue perceber sons próximos. E finalizando vem a surdez profunda que é a perda superior a noventa e um decibéis, impossibilitando o indivíduo de informações auditivas necessárias para perceber e identificar a voz humana, impedindo assim o indivíduo de adquirir a linguagem oral. As crianças com surdez profunda necessitam do uso da Língua de Sinais como meio de comunicação, possuindo características próprias no seu desenvolvimento global e na sua aprendizagem.
A comunidade surda valoriza a língua de sinais como forma de valorizar a cultura visando um contexto de ser um grupo que utilizam a experiência visual e percepção de mundo como meio de comunicação. A identidade do surdo é o agrupamento de traços que os difere dos ouvintes representado por uma cultura específica, desenvolvida através das interações entre os surdos e suas experiências de vida (MOREIRA, 2008).
Diante desta visão percebe-se a importância da formação consciente das crianças surdas que ao terem acesso a sua língua natural terão possibilidades diferentes no seu desenvolvimento global, preparando-se para exercer a sua cidadania.
O processo de aprendizagem neurológico da criança surda
Para Cytrynovicz (2011) todas as pessoas vivem em um mundo de visões, sons e outros estímulos e a sobrevivência dos seres humanos depende de fazermos uma rápida interpretação deles. Compreender o mundo a nossa volta deve ser algo baseado em um modo rápido e certeiro de analisar o ambiente. Para ver e definir objetos é necessário uma grande façanha perceptual que requer toda uma seqüência de funções. Não vemos os objetos como eles realmente são, vemos formas, superfícies, contornos e fronteiras, em diferentes luminosidades ou contextos e mudam de perspectivas quando se movimentam ou quando nos movimentamos. Alguns objetos podem ser reconhecidos logo quando nascemos ou pouco tempo depois, por exemplo o rosto de uma pessoa, tirando isto o mundo dos objetos precisa ser aprendido por meio de experiências e atividades: olhando, tocando, manuseando, correlacionando as impressões dadas pelos objetos com a aparência dele: O reconhecimento visual dos objetos depende dos milhões de neurônios do córtex inferotemporal, e nessa área a função neural é muito plástica e aberta para experiência e treinamento, a educação. Esses neurônios evoluíram por causa da função do reconhecimento visual mas eles podem também ser utilizados para a leitura. Isto é possível porque os sistemas de escrita possuem em comum algumas características coerentes com o ambiente, características essas que o cérebro cria para decodificar.
A criança surda sem linguagem apresenta distúrbios específicos de ordem cognitivas, social e emocional. O centro dos problemas são os bloqueios no seu desenvolvimento lingüístico causados pela falta de entrada necessária, isto ocorre por falta da audição que pode variar quanto ao grau e ao tipo, o que vai encadear um aproveitamento de acordo com os restos auditivos. O bloqueio de comunicação do surdo com os outros surdos ou ouvintes gera inúmeros problemas de ordem emocional, nervosismo, insegurança e até auto-rejeição.
Algumas crianças surdas por vezes receberam tratamento psiquiátrico pensando que apresentavam distúrbios neurológicos ou mentais até que se descobriu que eram portadoras apenas de surdez, seus fracassos na comunicação no dia a dia geram causas de inseguranças e que perduram por toda a sua vida, fazendo com que ela rejeite sua condição de surda por buscar constantemente um modelo ouvinte que provavelmente não atingiria (BRITO, 2012).
Segundo Cárneo, Csipai e Couto (2010) a leitura de um texto se dá através da habilidades de decodificação, compreensão e interpretação. Para compreender são necessários diferentes processos cognitivos, como memória e inferência com diferentes níveis de complexidade, denominados de baixo nível como a identificação de palavras e letras e alto nível como a elaboração de inferências e outros fatores como vocabulário adquirido, a fluência da motivação pela leitura. A compreensão de leitura sofre também a interferência das seqüências de técnicas ou atividades que a pessoa utiliza para facilitar a aquisição, o armazenamento e a utilização da informação, o que chamamos de estratégias de aprendizagem para ouvintes, porém os estudantes surdos, no qual a primeira língua é a de sinais, passam por processos diferentes para adquirir e aprimorar a segunda língua na modalidade da escrita.
Alguns estudos mostram que durante a leitura de um texto, os surdos sinalizadores atêm-se mais ás ilustrações do que os leitores ouvintes ás letras, o apontamento do texto, apoio articulatório e gestos durante a leitura, portanto percebe-se que os fatores relacionados com a leitura de um texto e os recursos utilizados influenciam na compreensão da leitura de estudantes surdos, dá-se a idéia de que existe uma relação positiva entre estratégias de aprendizagem e o nível de compreensão da leitura, quanto mais estratégias o estudante surdo sinalizador utilizar, melhor será o seu nível de compreensão e aprendizado (CÁRNEO, CSIPAI e COUTO, 2010).
A importância da linguagem de sinais no processo de aprendizagem da criança surda
Houve um período de desvalorização da Língua de Libras no Brasil por causa do Congresso internacional de Professores de surdos que aconteceu em Milão no ano de 1880 onde discutiram e avaliaram a importância dos métodos utilizados pelos meios educacionais, a língua de sinais foi proibida após ter recebido 160 votos a favor da proibição e 4 contra, a partir de então passou a ser utilizados os métodos orais na educação dos surdos (NUNES, 2011).
    A maioria dos alunos com deficiência auditiva tem o seu primeiro contato com a Libra na escola e esta dependerá de adquirir a primeira, faz-se necessário que a escola disponibilize aos alunos o acesso à interação social e lingüística e para que isto ocorra, os professores e todos os envolvidos na educação principalmente nas séries iniciais, precisam ter conhecimento em Libras (LOPES, 2010).
    Para os ouvintes uma aula só será produtiva através de discussões e atividades, assim também uma aula com exposição em libras associada à reflexão sobre o assunto e a estimulo visual então se tornará uma aula interessante e mais produtiva. Um professor terá melhores condições de trabalhar suas práticas se conhecer a estrutura gramatical e as características particulares da Libra (LOPES, 2010).
    Algumas pesquisas sobre a língua de sinais e o desenvolvimento psicológico do surdo são norteadas pelas idéias de Furth. O processo de aquisição da língua de sinais deve acontecer de forma natural e muito cedo ou o quanto antes possível para auxiliar o desenvolvimento lingüístico, cognitivo e a vivência social do deficiente auditivo (NUNES, 2011).
    A Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2012 no seu artigo 1º, reconhece a Língua Brasileira de Sinais como um instrumento legal de comunicação e expressão e no parágrafo único diz que a língua de sinais é uma forma de comunicação e expressão de natureza visual-motora de estrutura gramatical própria com um sistema de transmissão de idéias e fatos característicos das pessoas surdas do Brasil.
    Para Pires (2012), têm-se observado grandes avanços, porém ainda muitos desafios na questão de atender as necessidades do deficiente auditivo e ressalta que o ser cidadão permite que todos os seres humanos com suas particularidades devem usufruir plenamente desse direito à cidadania.
    Para que isso ocorra serão necessárias mudanças exigidas por leis e políticas públicas que garantam o acesso de pessoas com necessidades especiais em todos os campos da sociedade e também se faz necessário existirem profissionais habilitados para atender este grupo de pessoas, pois a comunidade surda depende da Língua de sinais para ter acesso à escola e para identificar seus pares e para preservar a sua cultura (PIRES, 2012).
    Botelho (2010) diz que a educação oralista propõe–se oferecer ao aluno surdo na sala de aula as mesmas condições de comunicação oral oferecidas ao aluno ouvinte; trazendo aulas expositivas, articulando lentamente e com clareza nas palavras pronunciadas e procura sempre estar à frente do aluno surdo, fazendo os registros na lousa das informações fornecidas oralmente aos demais. O aluno surdo deve freqüentar uma escola de ensino regular para estar em contato com falantes da língua oral onde aprenderá por meio de interações com os ouvintes, porém o surdo não adquire a língua oral de maneira natural, ele necessita de condições formais e especificas de aquisição do que para ele é como se fosse uma língua estrangeira. A surdez é uma experiência visual, eles se orientam a partir da visão, ainda que com os restos auditivos maiores ou menores às vezes façam o uso de alguns sons, sua organização perceptual fundamental se dá a partir da visão e não da audição.
    A leitura labial é um processo útil em algumas situações como na interação verbal entre surdos e ouvintes, mas define completamente a compreensão, pois depende muito da compreensão do contexto, da integração de um conjunto de elementos verbais e não verbais, o surdo deve atuar ativamente na interação. Professores interessados, dinâmicas escolares que mediam e que incentivam a construção do conhecimento através da interação do aluno surdo e seus colegas, presença de intérprete de língua de sinais na sala de aula, são situações pedagógicas consideradas condições suficientes para a construção da interação entre surdos e ouvintes. A criança ouvinte chega a sala de aula para ser alfabetizada dominando a língua de seus pais, porém a criança, adolescente ou adulto surdo dominam apenas fragmentos do seu idioma. Para o surdo aprender a ler serão necessárias situações lingüísticas específicas como o uso incondicional da língua de sinais em um espaço coletivo e compartilhado (BOTELHO, 2010).
O papel do psicopedagogo no processo de aprendizagem
    Para Souza e Vasconcelos (2012), o psicopedagogo está buscando ao longo dos anos por uma definição para a sua formação, atuação e identidade, porém o psicopedagogo é um profissional que poderá ajudar os alunos a superarem suas dificuldades de aprendizagem, compreender o processo escolar e descobrirem o potencial que existe em cada um. Ele também poderá oferecer a possibilidade de resgatar a própria autoestima e a motivação para a aprendizagem mostrando que através do próprio esforço o aluno poderá aprender e se desenvolver com prazer. O ser humano é o objeto central de estudo do psicopedagogo, observando também seus padrões evolutivos normais e patológicos, não excluindo a influência do meio que geralmente é produzida pela família, pela escola e pela sociedade no desenvolvimento do ser humano como um todo, procurando desenvolver seu estudo de atenção na reação do sujeito diante de suas tarefas levando em consideração: os bloqueios, hesitações, lapsos, repetição, resistências e angustias, cabe ao profissional saber como se constitui o indivíduo, como ele se modifica ao longo das etapas da vida: seus recursos de conhecimento, a forma como produz conhecimento, a forma como produz conhecimento e domo aprende. A aprendizagem é um processo complexo, por isso muitas vezes surgem dificuldades produzidas por falhas na metodologia utilizada em sala de aula, porém hoje a maior preocupação do psicopedagogo é evitar ou minimizar o fracasso escolar, facilitando o processo de aprendizagem cognitivo, afetivo e social. Na instituição escolar o psicopedagogo atuará numa ação preventiva, deverá adotar uma postura crítica frente ao fracasso escolar, visando novas mudanças de ações voltadas para a melhoria da prática pedagógica nas escolas, como forma de prevenção onde o professor possa ensinar com prazer e o aluno também aprenda com prazer.
    Pires e Eder (2012), o psicopedagogo deve compreender as inter-relações de vários fatores: hereditários, sociais, culturais, pedagógicos, psicológicos e ou/ médicos. Tudo isso para compreender de forma global o desenvolvimento da criança e não cometer o erro de fazer avaliações superficiais que estigmatizem o aluno, reforçando suas dificuldades e causando uma baixa autoestima e pré-conceitos do professor com relação a ele. A educação dos surdos e a educação regular tem sofrido uma sustentação teórica muito ligada a clinicalização dos fracassos. As crianças são avaliadas por médicos, psicólogos que diagnosticam seus “problemas” e geralmente o professor passivo, não consegue resolver os impasses em sala de aula, por ser um caso médico, na surdez essa tendência se reforça ainda mais pois, os surdos são privados; impedidos por sua deficiência auditiva, esta criança precisa ser normalizada para que sua vida seja mais parecida possível com a dos ouvintes.
    As atividades mecanizadoras, treinos auditivos e leitura-labial propostos pelas escolas visando a reprodução da fala, mas os surdos não aprendem a sua língua natural, a língua de sinais pois, a língua dos ouvintes é a única permitida, isso faz com que a criança surda não aprenda e estruturar seu pensamento pois, falta-lhe uma língua que o instrumentalize. O respeito ao aluno surdo deve ser baseado na compreensão das causas e conseqüências do fracasso escolar, faz-se necessário esclarecer a dúvida de o surdo possuir ou não o pensamento abstrato ou de que forma opera esse pensamento, é necessário entender que a aprendizagem é um processo social, com meios que facilitem e sejam variados para medir o aprender, respeitando o desenvolvimento de cada aluno. O professor e o psicopedagogo deve rever métodos tradicionais, reducionistas e inviabilizadores do prazer em aprender, os professores não compreendem as causas dos fracassos dos alunos surdos em escolas regulares. Há necessidade de um olhar diferente para a educação do surdo, uma escola onde o surdo possa assumir sua identidade, onde valorize sua cultura, que hes permita um ambiente lingüístico necessário para que se desenvolvam suas potencialidades lingüísticas e comunicativas (PIRES e EDER, 2012).
    Para que o psicopedagogo tenha sucesso no auxílio dos distúrbios de aprendizagem o profissional segundo Vercelli (2012) deverá considerar os aspectos físicos, emocionais, psicológicos e sociais do indivíduo, sua intervenção pode se dar tanto na escola por isso nome Psicopedagogia institucional com caráter preventivo, quanto na clínica com caráter terapêutico. Através da psicopedagogia institucional nas escolas terá o objetivo de prevenir dificuldades de aprendizagem e o fracasso escolar.
    Com o novo contexto educacional do ensino regular onde recebe crianças com necessidades educacionais especiais, a psicopedagogia tem um papel importante auxiliando os professores, os pais e a equipe escolar no trabalho com a inclusão, pois entendemos que não é suficiente oferecer a vaga ao aluno com necessidades especiais e sim atendê-lo de forma que este desenvolva suas habilidades educacionais, o psicopedagogo institucional junto com a equipe escolar deverá avaliar os fatores que interferem na aprendizagem dos alunos e suas causas, trabalhar como assessor psicopedagógico, ouvindo e conversando sobre a escola com os diferentes profissionais que nela atuam: levantamento, a compreensão, a análise das práticas escolares em suas relações com a aprendizagem promovendo a construção de novas práticas produtoras de melhor aprendizagem. Deverá englobar todos os trabalhos que dão suporte pedagógico e clínicos realizados no espaço escolar, deverá ser um trabalho de prevenção, ou seja, deverá fazer com que a escola seja a solução e não o problema, pois é nela que crianças e jovens irão adquirir conhecimentos para viverem em sociedade.
    O psicopedagogo deverá ajudar a equipe escolar a transformar o ambiente da escola em um espaço de construção do conhecimento, colaborando na elaboração do projeto pedagógico visando três questões fundamentais: o que ensinar, como ensinar e para quem ensinar. Escolas, pais e alunos deverão confiar no trabalho do psicopedagogo e estar abertos a mudanças caso sejam necessárias, em uma relação de reciprocidade e troca mútua de conhecimentos que poderá favorecer o processo de aprendizagem de muitos aprendentes (VERCELLI, 2012).
Discussão
    Partindo da idéia de Nunes (2011), não se deve querer que o surdo aprenda da mesma forma que o ouvinte pois, ambos são diferentes e possuem particularidades como por exemplo o canal utilizado pelo ouvinte que chamamos de percepção auditiva com interações verbais e escrita fonológica, o surdo possui uma língua viso-espacial que conhecemos agora por Libras, concordo por que já tive um aluno surdo o qual não entendia as minhas aulas pois eram destinadas aos demais alunos ouvintes, passei a utilizar figuras, imagens e sinais para facilitar o entendimento deste aluno, não satisfeita iniciei um curso de Libras para ampliar a nossa comunicação.
    A Libras foi desvalorizada por muito tempo no Brasil, Lopes (2010) afirma que a grande dificuldade de leitura e escrita do surdo é o seu atraso lingüístico devido à demora em aprender a sua primeira língua e que nem sempre as aulas oferecidas aos surdos são atrativas pois, geralmente são planejadas para os alunos ouvintes.
    E quando se pensa em cidadania Pires (2012) ressalta que está se obtendo grandes avanços na questão do atendimento ás necessidades do deficiente auditivo onde se busca atender as particularidades desse indivíduo, com mudanças nas leis e políticas públicas e utilização nas escolas da linguagem de sinais (Libras).
    Vivemos em um mundo de visões, sons e muitos outros estímulos, Cytrynovicz (2011) diz que quando nascemos somos capazes de reconhecer alguns objetos, mas para que isso ocorra dependemos do uso de milhões de neurônios do córtex temporal e essa função é aberta para experiências e treinamentos, isso quer dizer que quanto mais estímulos recebemos maior será o nosso aprendizado.
    Brito (2012) se preocupa com a educação inadequada oferecida aos surdos pois, pode acarretar sérios distúrbios emocionais que na maioria das vezes são confundidos com distúrbios neurológicos ou mentais.
    Para que haja compreensão é necessário utilizar diferentes processos cognitivos como: a memória e a inferência, Cárneo, Csipai & Couto (2011) discutem que quanto mais estratégias o estudante surdo sinalizador utilizar melhor será a sua compreensão e o seu aprendizado.
    Botelho (2010) critica a educação oralista para os surdos porque ela propõe as mesmas condições de comunicação oral oferecida aos alunos ouvintes. Ele ressalta que o surdo deve freqüentar a mesma sala de aula dos alunos ouvintes para estar em contato com eles e aprender através das interações.
    O Psicopedagogo poderá atuar para contribuir com esse processo, Souza e Vasconcelos (2012) afirmam que o psicopedagogo poderá ajudar os alunos surdos a superarem as suas dificuldades. Este profissional também poderá realizar mudanças nos planejamentos escolares de forma que favoreça mais o aluno surdo e previna futuras dificuldades com novos alunos.
    Para Pires e Eder (2012) o psicopedagogo deve analisar e compreender as interpelações de fatores hereditários, sociais, culturais, pedagógicos, psicológicos e ou médicos, compreendendo melhor o desenvolvimento da criança e deverá rever métodos e ter um olhar diferenciado valorizando a cultura do surdo.
    Juntamente com a equipe escolar o psicopedagogo deverá avaliar os fatores que interferem no aprendizado do surdo e Vercelli (2012) ressalta a importância do papel deste profissional para analisar, orientar e auxiliar o aluno surdo, os professores e até mesmo a família desses alunos. Escola, pais e alunos deverão confiar no trabalho do Psicopedagogo e estarem abertos ás mudanças necessárias indicadas por este profissional que com certeza irá favorecer o processo de aprendizagem dos alunos surdos.
Considerações finais
    Por meio da pesquisa realizada, consideramos uma grande dificuldade que o surdo sem linguagem apresenta, na grande maioria, distúrbios específicos de ordem cognitiva, social e emocional porém, o motivo desses problemas são os bloqueios no seu desenvolvimento lingüístico devido à falta de audição que pode variar quanto ao grau e o tipo de um indivíduo para o outro.
    Entende-se que o bilinguismo seria a prática mais apropriada ás necessidades da pessoa surda pois, habilita a um desenvolvimento pleno da linguagem. Algumas instituições educacionais insistem em considerar que o surdo participe de educação oralista, voltada a práticas pedagógicas para alunos ouvintes e isso pode ocasionar grandes fracassos escolares para o surdo.
    A linguagem de sinais seria a melhor alternativa, possibilitando não só a comunicação do surdo como também a sua interação com os alunos ouvintes.
    Então o que fazer para melhorar a comunicação com o surdo já que não ouvem os sons, não entendem a linguagem oral e nem a desenvolve? Através da pesquisa constatou que as instituições educacionais juntamente com o psicopedagogo poderão viabilizar os recursos para dar as mínimas condições de apreensão do conhecimento, e estas instituições deverão possuir um gerenciamento de forma a proporcionar uma educação voltada para todos, com condições de levar o aluno surdo a conhecer, aprender e se desenvolver em um ambiente livre de preconceitos, formando uma consciência crítica.
    Toda educação deve ser baseada na afetividade e superação do problema, e o psicopedagogo está trabalhando para que isso aconteça, envolvendo a família, orientando professores e modificando planejamentos para se adaptar aos alunos surdos, criando situações que favoreçam o desenvolvimento da autoestima do aluno.
    O psicopedagogo poderá também propor ao aluno a linguagem de sinais (Libras) como sendo a língua oficial para o surdo porém, deverá ser ensinada desde a infância. Algumas informações nos faz entender que o fator mais importante em ser bilíngüe é que ambas deve ser igualmente valorizada, mas a realidade é um pouco diferente, ela nos mostra que grande parte das escolas que atendem alunos surdos ainda não possuem o conhecimento da linguagem de sinais porque nem todos julgam ser ela importante. Não há necessidade de haver competição entre as duas línguas mas sim, que Libras se torne uma identidade cultural, sendo a língua Portuguesa utilizada como modalidade de escrita e a Libras como modalidade de informação, conhecimento e diversidade cultural tanto na comunidade surda como na ouvinte.
    Portanto conclui-se que o psicopedagogo juntamente com a instituição escolar e seu corpo docente e a família do aluno surdo deverão se unir para analisar, orientar e auxiliar no processo de ensino aprendizagem do deficiente auditivo estimulando a novas conquistas, seus esforços, aprendizagem e a utilização da linguagem de sinais como meio facilitador da comunicação e interação com os ouvintes, desenvolvendo assim seu aprendizado, relacionamentos sociais e emocionais do indivíduo surdo.
Referências bibliográficas
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  • BLUMER, L.; BRUNN, E. J. P. A psicopedagogia e a educação inclusiva: aluno com surdez. Revista Conteúdo, vol. 1, número 6, 2011.
  • BOTELHO, P. Educação inclusiva para surdos: desmistificando pressupostos: UFMG, 2010.
  • BRITO, L.F. Trabalhos em linguística aplicada, Brasil, 2012.
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  • CÁRNIO, M. S.; CSIPAI E. S.; COUTO M. I. V. Relação entre níveis de compreensão e estratégias de leitura utilizadas por surdos sinalizadores em um programa terapêutico. Revista Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, SCIELO, Brasil, 2010.
  • CENSO, IBGE 2010. Instituto Brasileiro de geografia e estatística, censo2010.ibge.2010.
  • CHIHAYA, K. Winaudio Produtos e Serviços, notícias em Audiologia. http://www.winaudio.com.br, 2012.
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  • FERREIRA, A. B. H. Minidicionário Aurélio. 1 edição, pág.456, editora Nova Fronteira, 1985.
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  • LOPES, T. C. O processo aquisitivo da escrita da língua portuguesa por surdos. Acta Tecnológica, vol.5, nº 2, 2010.
  • MOREIRA, P. A. L. O fator lingüístico na aprendizagem e desenvolvimento cognitivo da criança surda. Revista Virtual da cultura surda e diversidade, 3 edição, pág. 120, 11, 2008.
  • NUNES, J.D. Discutindo metodologias e a importância do intérprete em libras. Psicopedagogia Clínica e Institucional, bdm.bce.unb.br, 2011.
  • PIRES, C.L.; EDER, M.S. Educação de surdos e fracasso escolar. Revista Educação Especial. Editora 2000, número 15, Brasil, 2012.
  • PIRES, E. M.; OLIVEIRA, M. P. 1 curso, em âmbito nacional, de Pós graduação lato sensu em formação de professores para educação de pessoas surdas. Anuário discente, Volume 1, n 1, 2012.
  • SOARES, C. C. R. Interfaces entre sujeitos da ambientoterapia, psicopedagogia e inclusão escolar, horizontes possíveis. UFRGS, Repositório Digital, lume, 2013.
  • SOUZA, E.F. VASCONCELOS T.C. O papel do Psicopedagogo no contexto atual. Revista Rebes, Pombal- PB, Brasil, vol.2, n 1, pág. 53-58, 2012.
  • VERCELLI, L. C. A. O trabalho do psicopedagogo institucional. Revista Espaço Acadêmico, número 139, dezembro, 2012.




Configuração de Mãos em Libras.


Bom como a proposta é COMPARTILHAR o que auxilia a entender melhor 
a LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais ... e consequentemente ter contato 
com o objetivo de estabelecer o VÍNCULO pois é indispensável para a 
fixação entre a teoria e a prática #educarparaincluir# 

sábado, 12 de março de 2016

Compreender o Histórico da Língua de Sinais faz parte da PREPARAÇÃO FUTURA do perfil do Educador da escola que é sinônimo de IGUALDADE .


No Brasil a Língua de Sinais ganhou espaço a partir de 1857.

As línguas de sinais, ao contrário do que se pode pensar, não são universais, pois existem a Língua de Sinais Americana, a Língua de Sinais Francesa, a Língua de Sinais Portuguesa e a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), dentre outras.
Segundo Felipe (2001), as Línguas de Sinais não são apenas um conjunto de gestos que explicam as línguas orais, são complexas e expressivas, permitindo aos seus usuários discutir sobre qualquer assunto, desde filosofia e política, até moda, poesia e teatro.
Não existem relatos específicos sobre a origem da Língua de Sinais, porém destaca-se o início de seu uso no ano de 1760 na cidade de Paris na França, onde o abade L’Epée de aproximadamente sessenta anos fundou a primeira escola pública para surdos.Perlin (2002) destaca que a partir da fundação desta escola iniciou-se a multiplicação de profissionais surdos e ouvintes que se espalharam pelo mundo disseminando o uso da Língua de Sinais, foram criadas várias outras escolas, onde além do uso das Línguas de Sinais nacionais, exploravam-se novos recursos na educação dos surdos.
No Brasil a Língua de Sinais ganhou espaço a partir de 1857 quando Eduard Huet, um francês que ficou surdo aos doze anos veio ao país a convite de D. Pedro II para fundar a primeira escola para meninos surdos primeiramente chamada Imperial Instituto de Surdos Mudos, atual INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos).
A partir da fundação da escola, os surdos brasileiros puderam então criar a Língua Brasileira de Sinais, que se originou da Língua de Sinais Francesa e das formas de comunicação já utilizadas pelos surdos de vários locais do país.
É importante ressaltar que nem sempre houve a aceitação pelo uso da Língua de Sinais, que muitas foram às tentativas em torno da discussão sobre como educar os surdos, pois alguns se mostravam favoráveis ao método oralista (Uso da fala).
No ano de 1880 em um Congresso Mundial de Professores Surdos ocorrido em Milão na Itália decidiu-se que todos os surdos deveriam ser educados pelo método oral puro, ou seja, sem o uso de qualquer sinal.
Somente no ano de 1896 a pedido do Governo brasileiro, A.J. de Moura e Silva, que atuava como professor de surdos no INES foi ao Instituto Francês de Surdos com a missão de avaliar esta decisão e chegou à conclusão de que o método oralista não era eficiente para todos os surdos.Se fôssemos nos aprofundar no estudo da história da Língua de Sinais teríamos que citar vários outros nomes importantes no processo de implantação e reconhecimento da mesma e detalhar acontecimentos, datas e discussões em torno da polêmica da Educação dos surdos.Portanto quero que você saiba que assim como o povo ouvinte tem suas lutas e glórias em busca de liberdade, de uma sociedade democrática onde se possa viver bem e fazer uso de seus direitos, o povo surdo, que sempre esteve presente nesta mesma trajetória histórica também, pois é parte da sociedade e, além disso, ainda teve que lutar uma luta desleal e quase solitária.Sob o domínio de uma cultura da maioria (cultura ouvinte) que sempre tomou as decisões e dificilmente se colocou na posição do surdo para saber o que de fato era melhor para ele, o sujeito surdo conviveu com o preconceito, o isolamento social e a falta de oportunidades por não poder expressar de fato sua opinião.Atualmente, muitos são os estudos sobre a cultura surda e a evolução desse povo guerreiro que luta por igualdade de condições e o que fica claro é que a sociedade começa a despertar para o respeito à diferença cultural do surdo e desmistificar um pouco a surdez vista como deficiência desde a antiguidade.
Portanto, a história das Línguas de Sinais ainda tem muitos capítulos a serem escritos. Seja pelos Surdos, atualmente mais confiantes ou mesmo com a colaboração de ouvintes engajados na causa surda.
É IMPORTANTE compartilhar NOSSA TRAJETÓRIA SEJA COMO Educador ,Estudante Cidadão ... quando DIVIDIMOS o que aprendemos colocamos a DISPOSIÇÃO a vontade de APRENDER presente em cada um de NÓS #aprenderparacrescer#
Obs- a Professora abaixo fez 2 DISCIPLINAS de PEC - para o MESTRADO junto comigo... e dessa convivência fica o REGISTRO de que **  aprendi muito com ela ** .


Lei de Libras faz 10 anos

A professora Ana Cláudia Ramos Cardoso dá aulas de educação 
infantil para alunos surdos da escola gaúcha (Foto:Angela Chagas/Terra)
Em uma sala com alunos surdos do 5º ano do ensino fundamental na Escola Bilíngue Salomão Watninck, em Porto Alegre (RS), a professora Cássia da Silva comemorava na manhã desta terça-feira o dia que marca a luta pela inclusão dos surdos na sociedade. Há exatos dez anos, o então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, sancionou a lei que tornou oficial a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Embora o Ministério da Educação (MEC) recomende que todos os alunos sejam incluídos nas escolas regulares, especialistas concordam que o modelo adotado pelo colégio gaúcho, com foco no ensino bilíngue da língua de sinais e do português, tem se mostrado o mais eficaz para garantir o aprendizado dos surdos.
O diferencial da escola bilíngue é o compromisso com o ensino de Libras como língua principal, seguido pela compreensão da língua portuguesa escrita. A professora, que também é surda, diz que a lei trouxe importantes avanços no reconhecimento da língua de sinais pela sociedade. "Eu estudei em uma escola de ouvintes, que tinha foco na oralização, no ensino do português. Era muito difícil, tinha dificuldade para aprender. Só fui me comunicar com a língua de sinais após os meus 15 anos. Hoje, os alunos são estimulados a se expressar com os sinais e eles têm o mesmo nível de aprendizado de uma pessoa que não é surda", afirma a educadora. Criada em 2008, a escola onde Cássia dá aulas atende alunos até o 6º ano do ensino fundamental.
De acordo com a professora do Departamento de Estudos Especializados da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Adriana Thoma, a comunidade de surdos no Brasil e diversos especialistas concordam que a inclusão desses alunos em escolas regulares deve acontecer mais tarde, após as séries iniciais. "Pesquisas já comprovaram que alfabetizar um estudante surdo em uma escola regular não funciona. Nosso ensino não está preparado para isso", afirma. Segundo ela, esses estudantes não conseguem acompanhar o restante da turma porque o foco do ensino se dá pelo português oral. "A grande maioria não tem ninguém na família que conheça a língua de sinais. Eles chegam na escola com uma necessidade muito grande e o ensino não está voltado para atender isso, e sim para uma realidade bem diferente. Por isso acabam tendo um rendimento inferior aos colegas, não avançam no aprendizado e se sentem desmotivados em estudar", afirma.
De acordo com a professora Ana Cláudia Ramos Cardoso, que trabalha há 15 anos com a educação de surdos, o aluno precisa estar incluído em um ambiente linguisticamente favorável. "A língua portuguesa escrita é a segunda língua para os surdos, assim como o inglês, o alemão para nós. Se a criança estiver em um ambiente onde todos usam a mesma língua, seja no pátio, na biblioteca, na sala de aula, o processo de aprendizagem se torna natural", afirma a educadora, que atua com turmas de educação infantil na escola.
Ana Cláudia explica ainda que a diferença entre os colégios bilíngues e as classes especiais é que essa última normalmente trata a surdez como uma deficiência, sem dar foco específico no aprendizado. "Surdo não é deficiente. Não pode ser tratado no discurso da educação especial. Muitas propostas de inclusão hoje acreditam que o aluno surdo deve ser matriculado em uma turma de ouvintes, com um intérprete, e que no contraturno deve ser feita uma atividade especializada de reforço, para complementar o aprendizado com a língua de sinais. Essa criança que estuda o dia inteiro vai brincar quando? Ela não precisa de estudo complementar, mas receber a educação na língua dela, que é a língua de sinais".
De acordo com a professora, esse reconhecimento de que Libras é uma língua oficial, assim como o português, foi o maior avanço da lei que completa dez anos. "É uma língua com estrutura gramatical própria, com todas as suas características morfológicas, e que permite ao surdo alcançar os mais altos graus do conhecimento, como ser médico, cientista, professor", afirma. Segundo ela, outro avanço é garantir a obrigatoriedade da disciplina de Libras em cursos para a formação de professores. "Claro que é preciso avançar muito mais. Um professor que tem 60 horas de aula de Libras na faculdade não se forma com o conhecimento suficiente para atender um aluno surdo", completa ao destacar que as escolas, na sua maioria, não estão preparadas para lidar com esses estudantes.
Favorável a inclusão dos surdos em escolas comuns, o Ministério da Educação (MEC) disse que trabalha para promover a capacitação dos profissionais da educação, com diversos programas de formação em Libras, a fim de garantir o ensino bilíngue no ensino regular. "Esse conjunto de ações resultou no crescimento do número de matrículas de estudantes público alvo da educação especial em classes comuns, que passou de 28%, em 2003, para 74%, em 2011", afirmou o MEC.
Alunos ouvintes aprendem Libras para incentivar a inclusão na Bahia
Os alunos surdos de Irará (BA) recebem um atendimento diferenciado na Escola Municipal São Judas Tadeu. Segundo a coordenadora-geral do colégio, Antônia de Lurdes Almeida, os surdos não se sentem excluídos dos demais porque todos aprendem a língua de sinais. "Os professores oferecem capacitação para os pais e para os alunos que queiram aprender a sinalizar e a procura tem sido muito grande", afirma. Segundo ela, é comum encontrar surdos se comunicando com os colegas ouvintes pelos corredores da escola.
No colégio baiano, os 12 alunos surdos divididos em diferentes turmas são acompanhados nas aulas por um intérprete e fazem atividades com especialistas em Libras. A escola conta com estudantes surdos desde 2005 e a coordenadora aponta que o desempenho vem melhorando ao longo dos anos. "Percebemos que hoje o aprendizado desses alunos está mais fácil, porque os professores estão mais preparados para ensinar com uma linguagem mais visual e os colegas também estão mais interessados em aprender com eles. Isso incentiva". Ela acredita que compartilhar o ensino de português e o de Libras com todos os alunos pode ser uma solução para evitar que os surdos sintam-se excluídos em uma escola regular.
Enquanto isso não vira realidade em todo o País, na escola bilíngue de Porto Alegre os alunos comemoravam nesta manhã o fato de aprenderem sem serem tratados como "deficientes". "Quando eu era bem pequeno, estudei em uma escola de ouvintes. Mas eles falavam demais e a professora dizia que tudo o que eu fazia estava errado. Minha mãe sempre era chamada na escola, até que ela resolveu procurar outro lugar para mim e encontrou o Salomão (a escola bilíngue). Eu adoro essa escola, aprendo o português, brinco, tenho aula de educação física, de artes. A professora sinaliza e tem até professora surda. Eu amo estar na escola", disse Luiz Gustavo, de apenas 11 anos. Emocionada, a professora sinalizou em agradecimento.

Matéria originalmente publicada no site Notícias Terra:http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI5735686-EI8266,00.html 
Texto e Imagens: Angela Chagas

Inclusão escolar- O que é? Por quê? Como fazer?



Comentário


Neste livro, Inclusão escolar  a autora tem como principal foco o  aprender e o ensinar em uma escola aberta às diferenças e a todos os alunos.
        Nesta perspectiva, a educadora propõe a educação inclusiva que  acolhe todas as pessoas sem exceção, respeitando as diferenças e garantindo a todos o direito a educação. De forma didática, ela define inclusão escolar, discute as razões pelas quais esse tema tem sido proposto, quem são seus beneficiários e conclui debatendo sobre os possíveis caminhos para se concretizar a inclusão em todas as salas de aula de todos os níveis de ensino.

Ação Reflexiva
 Citações:
            
       “ Ideias e verdades não são definitivas nem nos tiram inteiramente de dificuldades. Temos de nos habituar a reaprender constantemente em nossas ações, individuais ou coletivas: esse é um material infalível.” (p. 8)
       “ Percebi, e reluto em admitir, que a escola vem adotando medidas excludentes ao reagir às diferenças.” (p. 9)
       “ Para terem direito a escola não são os alunos que devem mudar, mas a própria escola! O direito a educação é natural e indisponível. Por isso não faço acordos quando me proponho a lutar por uma escola para todos, sem discriminações, sem ensino à parte para os mais ou para os menos privilegiados.” (p. 9)
     “ Os ambientes humanos de convivência são plurais por natureza. Assim, a educação  escolar  não pode ser  pensada nem realizada senão a partir da idéia de uma formação integral do aluno – segundo suas capacidades e seus talentos – e de ensino participativo, solidário, acolhedor.” ( p.9)
     “ É fundamental que tenhamos bem claro nosso sonho educacional, ou melhor, o objetivo que queremos  atingir ao dedicar horas, anos de nossas vidas a ensinar.” (p.10)
    “ Temos que saber aonde queremos chegar. Para isso, é importante que fique claro que não existe o caminho a ser seguido, mas caminhos a escolher, decisões a tomar. E escolher é sempre correr riscos.”( p. 11)

Inclusão escolar o que  é?
Crise de Paradigmas
Citações:

Conforme pensavam os gregos, os paradigmas podem ser definidos como modelos, exemplos abstratos que se materializam de modo imperfeito no mundo concreto.” ( p. 13)
“Podem também ser entendidos, segundo uma concepção moderna, como  um conjunto de regras, normas, crenças , valores, princípios que são partilhados por um grupo em dado momento histórico e que norteiam nosso comportamento, até entrar em crise, porque não nos satisfazem mais,não dão conta dos problemas que temos que solucionar.” (p. 14)
“A exclusão escolar  manifesta-se das mais diversas e perversas maneiras, e quase sempre o que está em jogo é a ignorância do aluno diante  dos padrões de cientificidade do saber.Ocorre que a escola se democratizou, abrindo-se a novos grpos sociais, mas não aos novos conhecimentos. Por isso exclui os que ignoram o conhecimento que ela valoriza e, assim, entende que a democracia é massificação de ensino.”  (p. 16)
Os sistemas escolares estão montados a partir de um pensamento que recorta a realidade, que permite dividir os alunos em normais e deficientes, as modalidades de ensino em regular e especial, os professores em especialistas nesta e naquela manifestação das diferenças.” (p. 16)
“A lógica dessa organização é marcada por uma visão determinista, mecanicista, formalista, reducionista, própria do pensamento científico moderno, que ignora o subjetivo, o afetivo, o criador, sem os quais não conseguimos romper com o velho modelo escolar para produzir a reviravolta que a inclusão impõe.” (p. 16)
“Se o que pretendemos é uma escola inclusiva, é urgente que seus planos se redefinam para uma educação voltada para a cidadania global, plena, livre de preconceitos,  que reconheça e valorize as diferenças.” ( p. 16)

Integração ou inclusão?
Citações:
“Tendemos, pela distorção/redução de uma ideia, a nos desviar dos desafios de uma mudança efetiva de nossos propósitos e de nossas práticas.” (p. 17)
“A indiferenciação entre o processo de  integração e o de inclusão escolar é prova dessa tendência na educação e está reforçando a vigência do paradigma tradicional de serviços educacionais.” (p. 17)
“ Os professores do ensino regular consideram-se incompetentes para lidar com as diferenças em sala de aula, especialmente para atender alunos com deficiência, pois seus colegas especializados  sempre se distinguiram por realizar apenas esse atendimento e exageram na sua capacidade de fazê-lo aos olhos de todos.” ( p. 17)
“Há também o movimento dos pais de alunos sem deficiências que não admitem a inclusão, por acharem que as escolas vão piorar ainda mais a qualidade de ensino se tiverem que receber esses novos alunos.” (p. 17)


Integração escolar
Citações:

O uso da palavra integração refere-se mais especificamente à inserção de alunos com deficiência nas escolas comuns, mas seu emprego dá-se também para designar alunos agrupados em escolas especiais para pessoas com deficiência, ou mesmo em classes especiais, grupos de lazer ou residências  para deficientes. “(p. 18)
“Nas situações de integração escolar, nem todos os alunos com deficiência cabem nas turmas de ensino regular, pois há uma seleção prévia dos que estão aptos à inserção. Para esses casos, indicados a individualização dos programas  escolares, os currículos adaptados, as avaliações especiais e a redução dos objetivos educacionais para compensar as dificuldades de aprender. Em suma a escola não muda como um todo, mas os alunos têm que mudar para se adaptar às suas exigências.” (18)
Inclusão escolar
Citações:                                                                                                  

“ A inclusão questiona não somente as políticas  e a organização da educação especial e da regular, mas também o próprio conceito de integração.Ela  é incompatível com a integração, já que prevê a inserção escolar de forma radical, completa e  sistemática. Todos os alunos, sem exceção, devem freqüentar as salas de aula do ensino regular,” (p. 19)
“Por tudo isso, a inclusão implica uma mudança de perspectiva educacional, porque não atinge apenas os alunos  com deficiência e os que apresentam dificuldades de aprender, mas todos os demais, para que obtenham sucesso na corrente educativa geral.” (p. 19)
“Todos sabemos, porém,  que a maioria dos que fracassam na escola são alunos que não vêm do ensino especial, mas possívelmente acabarão nele.” (p. 19)
“O radicalismo da inclusão vem de fato exigir uma mudança de paradigma educacional, à qual já nos referimos.”(p. 19)
“Na perspectiva de o especial da educação, a inclusão é uma provocação, cuja intenção é melhorar a qualidade do ensino das escolas, atingindo a todos que fracassam em suas salas de aula.”(p.20)


Inclusão escolar: como fazer
Citações:
“Ao contrário do que alguns  ainda pensam, não há inclusão se a inserção de um aluno é condicionada à  matrícula em uma escola ou classe especial. A inclusão deriva  de sistemas educativos que não são recortados nas  modalidades regular e especial, pois ambas se destinam a receber alunos aos quais impomos uma identidade, uma capacidade de  aprender, de acordo com suas características pessoais,” ( p. 39)
“Infelizmente, não estamos caminhando decisivamente na direção da inclusão, seja por falta de políticas públicas de educação apontadas para esses novos rumos , seja por outras razões menos abrangentes, mas relevantes, como pressões corporativas, ignorância dos pais, acomodação dos professores.” (p. 39)
“A inclusão  é uma inovação que implica um esforço de modernização das condições atuais da maioria de nossas escolas – especialmente as de nível básico - , ao assumirem que as dificuldades de alguns alunos não são apenas deles, mas resultam em parte do modo como o ensino é ministrado e de como a aprendizagem é concebida e avaliada.” (p. 40)
..”..[  ] Mudar a escola é enfrentar muitas frentes de trabalho, cujas tarefas fundamentais a meu ver são as que seguem: recriar o modelo educativo escolar, tendo como eixo o ensino para todos; reorganizar pedagogicamente as escolas, abrindo espaços para a cooperação, o diálogo, a solidariedade, a criatividade e o espírito crítico entre os professores, administradores, funcionários e alunos, porque são habilidades mínimas par o exercício da verdadeira cidadania; garantir aos alunos tempo e liberdade para aprender, bem como um ensino que não segregue e que reprove a repetência.; formar, aprimorar continuamente e valorizar o professor, para que tenha condições e estímulo par ensinar a turma toda, sem exclusões e exceções.” ( p. 41-42).
Recriar o modelo educativo
Citações:
“As escolas que reconhecem e valorizam as diferenças  têm projetos inclusivos de educação. Nesse sentido, elas contestam e não adotam o que é tradicionalmente utilizado para dar conta das diferenças nas escolas: os currículos passam por adaptações, e as atividades e os programas são facilitados para que as aprendizagens sejam reforçadas, ou mesmo aceleradas, em casos de defasagem idade/série escolar”. (p. 44)
“Em suma: as escolas  de qualidade são espaços educativos de construção de personalidades humanas autônomas, críticas, onde crianças e jovens aprendem a ser pessoas. Nesses ambientes educativos, os alunos são orientados a valorizar a diferença pela convivência com seus pares, pelo exemplo dos professores, pelo ensino ministrado nas salas de aula,  pelo clima socioafetivo das relações estabelecidas em toda a comunidade escolar – sem tensões competitivas , mas com espírito  solidário, participativo.”  ( p. 45)
“Escolas assim concebidas não excluem nenhum aluno de suas classes, de seus programas, de  suas aulas, das atividades  e do convívio escolar mais amplo. São contextos educacionais  em que todos alunos têm possibilidade de aprender, freqüentando uma mesma e única turma.” ( p. 45)

Reorganizar as escolas: aspectos pedagógicos e administrativos
Citações:
“A inclusão  não prevê o uso de práticas de ensino escolar específicas para esta ou aquela deficiência e / ou dificuldade de aprender.os alunos aprendem nos seus limites, e se o ensino for de fato de boa qualidade, o professor levará em conta esses limites e explorará convenientemente as possibilidades de cada um. Não se trat de uma aceitação passiva  do desempenho escolar, e sim de agirmos com realismo, coerência e admitirmos que as escolas existem para formar as novas gerações, e não apenas  alguns de seus membros, os mais capacitados e privilegiados.” (p.47)
“Um hábito extremamente útil e natural, que tem sido  muito pouco promovido nas escolas, é o de  os alunos se apoiarem mutuamente durante as atividades de sala de aula.” (p.48)
“A descentralização da gestão administrativa é condição para que se promova maior autonomia pedagógica, administrativa e financeira de recursos materiais e  humanos  das escolas e é promovida por meio da atuação efetiva dos conselhos, dos colegiados e das assembléias de pais e alunos.” (p.48)

Ensinar a turma toda: sem exceções e exclusões
Citações:
“Para ensinar a turma toda, parte-se do fato de que os alunos sempre sabem alguma coisa, de que todo educando pode aprender, mas no tempo e do jeito que lhe é próprio.Além do mais, é fundamental que o professor nutra uma elevada expectativa em relação à capacidade de progredir dos alunos e que não desista nunca de buscar meios para ajudá-los a vencer os obstáculos escolares.” (p.48)
“O ponto de partida  para ensinar a turma toda, sem  diferenciar o ensino para cada aluno ou grupo de alunos, é entender que a diferenciação é feita pelo próprio aluno ao aprender, e não pelo professor ao ensinar.” (p. 49)
“Quando se ensina a turma toda, é indispensável suprimir o caráter classificatório de notas e de provas e substituí-lo por uma visão diagnóstica da avaliação escolar.” (p. 50)
“Não podemos imaginar uma escola para todos quando caímos na tentação de  constituir grupos de alunos por série, nível de desempenho escolar e determinados objetivos para cada nível. E mais ainda quando encaminhamos os que não cabem em nenhum desses grupos para classes e escolas especiais, com o argumento de que o ensino pata todos não sofreria distorções de sentido em casos como esses!” (p.51)

E a atuação do professor?
Citações:
O professor que ensina a turma toda partilha com seus alunos a construção/autoria dos conhecimentos em sala de aula. Ele baniu o ensino expositivo de sua sala de aula, onde todos interagem e constroem ativamente conceitos, valores, atitudes. Esse professor explora os espaços educacionais com seus alunos, buscando perceber o que cada um deles consegue aprender do que está sendo estudado e como procedem ao avançar na exploração. (p. 52)
“O professor da mesma forma, não procurará eliminar as diferenças em favor de uma suposta igualdade do alunado, que é tão almejada pelos que apregoam a (falsa0 homogeneidade das salas de aula. Antes, estará atento à singularidade das vozes que compõem a turma, promovendo o diálogo entre elas, contrapondo-as, complementando-as.” (p. 53)

Como se preparar para ser um professor inclusivo
Citações:
“O argumento mais freqüente dos professores, quando resistem a inclusão, é não estarem ou não terem sido preparados para esse trabalho”. (p. 53)
“Por terem  internalizado o papel  de praticantes, os professores esperam que os formadores lhes ensinem a trabalhar na prática, com turmas de alunos heterogêneas, a partir de aulas , manuais, regras, transmitidos e conduzidos por formadores do mesmo modo como ensinam em sala de aula.” (p.54)
“Como se considera o professor uma referência para o aluno, e não apenas um mero instrutor, a formação enfatiza a importância de seu papel, tanto na construção do conhecimento como na formação de atitudes e valores do cidadão.Por isso a formação vai além dos aspectos instrumentais de ensino.” (p. 55)
“O fato de os professores fundamentarem suas práticas e seus argumentos pedagógicos no senso comum dificulta a explicitação dos problemas de aprendizagem. Essa  dificuldade pode mudar o rumo da trajetória escolar de alunos que muitas vezes são encaminhados indevidamente para as modalidades do ensino especial.” (p.56)
“Tenho verificado com freqüência que os cursos e demais  atividades de formação  em serviço habitualmente oferecidos aos professores pelas redes de ensino, nos moldes costumeiros, não está obtendo retorno que o investimento propõe.”(p. 57)
“Alguns estabelecimentos de ensino criaram  centros de gestão  da proposta educacional da rede pública e de apoio  e atualização de professores.. Além disso reúnem profissionais que atendem individualmente ou em grupos , os professores, os pais  e a comunidade e apóiam as ações educativas propostas pelas escolas por meio de seus projetos políticos pedagógicos.”(. p. 57)
“Se um aluno não vai bem, seja ele uma pessoa com ou sem deficiência, o problema precisa ser analisado com relação ao ensino que está sendo ministrado para todos os demais da turma. Ele é indicador importante da qualidade do trabalho pedagógico, porque  o fato de a maioria dos alunos estar se saindo bem não significa que o ensino ministrado atenda às necessidades e possibilidades de todos. ( p. 58)
“Quero deixar claro  que cursos, oficinas e outros eventos de atualização e aperfeiçoamento são indicados na formação em  serviço, desde que correspondam a uma necessidade de grupos de professores que precisam de certos conhecimentos para melhorar sua atuação diante de assuntos muito particularizados.” ( p. 59)
“Mas não se pode excluir a possibilidade de esses curso serem oferecidos também por professores da própria rede de ensino, que são convidados pelo centro, por reconhecimento do valor da contribuição a ser propiciada aos colegas interessados. “ (p. 59)

Considerações Finais
Citações:
“A escola prepara o futuro, e , se as crianças aprenderem a valorizar e a conviver com as diferenças nas salas de aula, serão adultos bem diferentes de nós, que temos de nos empenhar tanto para entender e viver a experiência da inclusão!”
( p. 61).
                  “Penso que o futuro da escola inclusiva depende de uma  expansão  rápida dos projetos verdadeiramente imbuídos do compromisso de transformar a escola para adequá-la aos  novos tempos.”(p. 61)
                 “A aparente fragilidade das pequenas iniciativas tem sido suficiente para enfrentar, com segurança e otimismo, o poder da velha e enferrujada máquina escolar.” (p. 61)




Considerações pessoais:

Fazer este trabalho oportunizou refletir sobre os conhecimentos adquiridos na disciplina de fundamentos e metodologia da educação especial, sobre inclusão escolar, relacionando-os as posições teóricas desta autora que nos propõe  formar uma nova geração a partir de um projeto educacional inclusivo.
Concordo com Mantoan(2006) a inclusão deve ser fruto da cooperação e da fraternidade, do reconhecimento e do valor das diferenças , não excluindo a interação com todo  conhecimento científico sistematizado.
Acredito que a educação só pode ser realizada  a partir da formação integral do educando, mais de acordo com suas capacidades e talentos, dentro uma forma acolhedora, com ensino participativo e solidário. Muitos são os caminhos a seguir para que tenhamos um ensino de qualidade mas precisamos ter uma postura ética e transformadora,  para trabalharmos as mudanças na educação no coletivo.
Neste sentido, podemos nos preparar por meio de participação em cursos de aperfeiçoamento, seminários, boas leituras e também em grupos de estudos.
 Enquanto teoria concorda-se totalmente com as disposições feitas sobre as adaptações, as mudanças que a escola deveria estar fazendo, a capacitação dos profissionais que irão atuar junto do aluno. Porém, ao se observar como está sendo aplicada toda a teoria, a satisfação em ver direitos sendo reconhecidos dá lugar à preocupação e ao receio pelos alunos, pois a inclusão conforme se vem observando tem sido nada mais do de deixar o aluno com necessidades educacionais especiais ocupando um lugar junto a uma classe regular.
De outro lado, tenta-se compreender a situação, uma vez que a escola só fica sabendo que vai ter que aceitar esse alunado, mas não recebe preparação alguma para fazê-lo da forma correta.
A inclusão, conforme pretende-se, constitui-se- em uma oportunidade plena de realizações e vitórias aos alunos, com ou sem necessidades educacionais especiais, pelas enriquecedoras trocas que propicia, pelos valores positivos que inculca (reconhecimento da diversidade, respeito às diferenças, etc.) e pelas variadas situações de aprendizagem que possibilita através da interação entre os alunos.